terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Beyoncé lança os dois piores discos de sua carreira


RIO - Beyoncé nunca deixou de, em seus videoclipes, dar sinais de que não é uma pessoa das mais sãs. Cambalhotas tresloucadas na areia (Baby boy) e gritos ao som de sirenes (Ring the alarm) comprovam a loucura da mulher do rapper Jay-Z. A cantora americana, 27 anos, sempre apostou na megalomania e expõe de vez seus propósitos no disco duplo solo esquizofrênico I am... Sasha Fierce, que acaba de sair no Brasil. São os dois piores trabalhos de sua carreira. O terceiro álbum da neodiva é conceitual: um dos CDs tem faixas melosas e meio-amargas numa tentativa de mostrar seu amadurecimento; no outro, a persona (?) Sasha Fierce se apresenta por meio de dançantes petardos, sem fugir do hip hop de cantoras como Mariah Carey, Rihanna e... Beyoncé. Quando é para rebolar, a ex-integrante do Destiny's Child mexe os quadris como se eles estivessem prestes a sair correndo por aí. No momento de soltar a voz, o faz como se fosse a diva do jazz Etta James (a quem interpreta no longa Cadillac Records, que estréia nos Estados Unidos na sexta-feira). "O r&b não é uma competição, mas eu estou ganhando" é como um mantra para ela. O primeiro disco chega a dar uma certa peninha. Fica claro no álbum duplo a tentativa da artista de se vender como uma cantora que pode, sim, ter um lado A, mas clama pelo reconhecimento do B-side de si mesma. Beyoncé quer ser levada a sério. E saca um alter ego para ajudá-la nessa difícil missão.

Por Braulio Lorentz, Jornal do Brasil

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