terça-feira, 9 de setembro de 2008

Neta estuda ligações de Caymmi com bossa nova


O que era para ser um estudo se tornou, também, uma homenagem póstuma. "Caymmi e a Bossa Nova", segundo livro da jornalista e professora de literatura Stella Caymmi sobre o avô, já tinha data de lançamento marcada (amanhã, no Mistura Fina, no Rio) quando, em 16 de agosto, morreu Dorival Caymmi, aos 94 anos. Com a morte, 11 dias depois, de Stella Maris, companheira do compositor, o livro ganhou contornos ainda mais emocionais. Mas a obra não tem nada de depoimento pessoal. É, sim, uma pesquisa sobre as relações do mestre baiano com a invenção de João Gilberto. Na entrevista com Chico Buarque para a biografia "Dorival Caymmi - O Mar e o Tempo" (2001), Stella ouviu dele uma frase que a intrigou: "Por ser um movimento revolucionário, a bossa nova recusou muita coisa. Recusou Noel [Rosa], Ataulfo Alves, os grandes da música brasileira. E não podia recusar Caymmi". Para entender por que a música do avô era irrecusável, ela uniu conceitos de teoria literária a um levantamento de livros e reportagens. Procurou explicar como todas as fases de Caymmi inspiraram os músicos da bossa nova, em especial o conterrâneo João, que elegeu "Rosa Morena" a música que o fez perceber a possibilidade de revolucionar as divisões e harmonias.

CAYMMI E A BOSSA NOVA
Autora: Stella Caymmi Editora: Ibis Libris Quanto: R$ 35 (144 págs.)
Lançamento: hoje, às 18h, no Mistura Fina (av. Rainha Elizabeth, 769, Rio; tel. 0/xx/2523-1703).

Folha de S. Paulo - Por Luiz Fernando Vianna

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