sábado, 13 de setembro de 2008

Caixa registra atualidade de agonia e glória de Cazuza


Este ano marca o cinqüentenário da bossa nova e o do nascimento de Cazuza -e é curioso notar como o que parece tão velho no caso do gênero musical soa tristemente novo no caso do cantor e compositor. Cazuza morreu aos 32 anos, em 1990, depois de uma carreira tão breve quanto bem-sucedida -primeiro, com o Barão Vermelho; a partir de 1985, solo-, marcada por sua agonia pública por causa da Aids. Agonia que, assim como a glória, está registrada nos seis discos da fase solo do cantor (um deles póstumo, de 1991), que estão sendo relançados agora em uma caixa que traz ainda o DVD "Pra Sempre", que mistura dois especiais do cantor exibidos pela Rede Globo. É uma obra concisa e de influência perene, desde o primeiro álbum pós-Barão, "Cazuza", gravado em 1985. Ele traz o hit "Exagerado" que, apesar de ser uma letra para Ezequiel Neves (um dos compositores da música), acabou sendo identificada com o próprio Cazuza. Traz também canções célebres, como "Codinome Beija-Flor", "Mal Nenhum" e a pedrada "Só as Mães São Felizes", um blues de letra à la Lou Reed, que chegou a ser censurado. Melodicamente, o disco sofre com duas pragas dos anos 80, os teclados bregas e os solos de guitarra agudos e datados. O álbum seguinte, "Só se For a Dois" (1987), tem como hit "O Nosso Amor a Gente Inventa (Estória Romântica)" e um repertório romântico que mostra o cantor "de coração aberto", como escreve sua mãe no CD.

CAZUZA - CAIXA
Artista: Cazuza
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 145, em média
Classificação indicativa (DVD): livre

Folha de S. Paulo - Por MARCO AURÉLIO CANÔNICO

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