segunda-feira, 21 de julho de 2008

De grátis: Os Cabinha e Teatro Mágico

Dois novos e pouco ortodoxos exemplos de comércio cultural (musical) estão disponíveis gratuitamente na rede. De um lado, cinco moleques entre 9 e 11 anos de Nova Olinda (CE), crias da Fundação Casa Grande, uma escola de gestão cultural na região do Cariri, extremo sul do Estado, coordenada por Alemberg Quindins. E do mesmo lado, a trupe do Teatro Mágico, fenômeno independente paulistano que espalhou seu espetáculo circense e musical através de shows e internet. Mais detalhes, logo abaixo: >> Os Cabinha são Rodrigo Alves, Renê Nascimento, José Wilson, Arthur Diniz e Iêdo Lopes e são apenas uma parte da Fundação Casa Grande. Foi lá que se formou o quinteto, no qual uma parte faz percussão em lata, enquanto outra empunha guitarras e contrabaixo de madeira e “tocam” os instrumentos com a boca. Som maluco que vem acompanhado de letras gaiatas e/ou de duplo sentido como “Fui para a escola / Encontrei com as meninas / Que me chamaram pra tomar um aguão / No bar do meu tio gordão / Gordão / Gordão” (de “Tio gordão”, já um clássico). Na mesma esteira de um legítimo rock’n’roll moleque surgem outras pedradas como “Noite de Lua”, “Escutei uma zuada”, “O mosquito” (com referências diretas a Raul Seixas) e “Eu vou”. O disco Os Cabinha (independente, 2008) está disponível para download gratuito no Overmundo e na Trama Virtual e foi gravado no próprio estúdio da fundação. Fisicamente, o disco com tecnologia SMD será lançado no segundo semestre e será vendido a R$ 5,00 em máquinas da ONG Eletrocooperativa como parte do projeto Música livre e comércio justo. Já ia esquecendo, Os Cabinha foram recentemente selecionados pelo projeto Rumos do Itaú Cultural. >> Fernando Anitelli, o homem por trás e à frente do sucesso do Teatro Mágico, conseguiu vender mais de 85 mil cópias do disco de estréia do grupo, Entrada para raros (independente, 2005), apenas em shows. O paulista de Presidente Prudente, criado no entanto em Osasco, fez destes shows uma experiência de forte apelo musical/visual para adolescentes e jovens universitários que acabaram espalhando a fama do Teatro em um intenso boca-a-boca virtual. A mistura de mpb e pop, com letras engajadas e intervenções circenses (apenas nos shows, claro), volta com força total em Segundo ato (independente, 2008), disponível para download gratuito no Trama Virtual.

Gafieiras - Por Dafne Sampaio

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