terça-feira, 14 de outubro de 2008

Camerística, Virgínia extrapola fronteira baiana


Em seu primeiro álbum, Sol Negro (1997), gravado com direção artística de Caetano Veloso, Virgínia Rodrigues cantou um leque de compositores que abria de Synval Silva (Adeus Batucada) até Djavan (Nobreza), passando por Ary Barroso (Terra Seca) e pelo próprio Caetano (Sol Negro). Contudo, por trás do aparente ecletismo daquele repertório, o disco apresentava Virgínia ao mercado fonográfico sob adequado filtro afro-baiano, muito coerente com a trajetória artística da intérprete, projetada no Bando de Teatro Olodum, no qual brilhou especialmente em 1994 ao cantar a capella o tema sacro Verônica ao fim da peça Bai Bai Pelô. Tal caráter afro-baiano seria realçado nos dois trabalhos seguintes da cantora, Nós (2000) - voltado para o samba-reggae dos blocos afros de Salvador (BA) - e Mares Profundos (2003), dedicado aos afro-sambas de Baden Powell (1936 - 2000) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980). Em Recomeço, CD que a gravadora Biscoito Fino lança esta semana, Virgínia Rodrigues extrapola a fronteira afro-baiana, gravando majestosamente temas como Alma (Sueli Costa e Abel Silva, 1982), Canção de Amor (Elano de Paula e Chocolate, 1950) e Todo Sentimento (Cristóvão Bastos e Chico Buarque, 1987). Dez!


Resenha de CD
Título: Recomeço
Artista: Virgínia
Rodrigues
Gravadora: Biscoito Fino

Blog Notas Musicais - Por Mauro Ferreira

Nenhum comentário: