segunda-feira, 24 de março de 2008

“O Analista de Bagé e o Filho Gay”

Machão convicto, apegado às suas tradições, autêntico, conservador, sem complicação alguma, sincero, mais grosso que rolha de poço...
Eis aqui algumas facetas do “Pai Doto”, caracterização criada pelo cineasta paulistano Claudio Cunha, inspirado no livro “O Analista de Bagé”, de Luis Fernando Veríssimo, reeditando nos palcos de todo o Brasil, o sucesso literário.


“No inicio representávamos os causos do livro, mas aos poucos o personagem foi criando vida própria distanciando-se do original”, diz Claudio Cunha, e assume: “hoje o Analista é meu Alter Ego”.
Em 1998 o espetáculo já aparecia no Guinness Book com 2 recordes: a peça a mais tempo em cartaz e o ator a mais tempo permanente num personagem. Cunha reclama um outro recorde: o ator que mais viaja no Brasil. Em 26 anos de andanças pelos palcos do país, as várias adaptações da peça fizeram rir mais de 2 milhões de espectadores. No espetáculo acumula ainda as funções de autor e diretor - seguindo a Escola do Teatro de Revista, para ele a grande linguagem de cena brasileira.
“Pai Doto” já esteve na Casa da Dinda, numa animada terapia com o casal Fernando e Rosane Collor. Participou da CPI do PC Farias, já foi candidato à presidência da republica, teve um caso com uma super fêmea e agora esta às voltas com um filho gay.

Sobre a nova adaptação - “O Analista de Bagé e o Filho Gay”
Cláudio Cunha - na pele do “Pai Doto” - assessorado pela sua recepcionista Margarida (Adriani Richter) e pelo filho Olegário (Fausto Saez), recebe o público para uma palestra cujo tema è a “terapia do riso”. Num verdadeiro tratado do humor - de Aristóteles que disse ser o homem o único animal que ri - a Millôr Fernandes que completou a frase dizendo: rindo ele mostra o animal que é – ”Pai Doto” fala das propriedades e efeitos da endorfina, conta causos, anedotas, aponta soluções para problemas do dia-a-dia, reafirmando a primazia da piada bem contada. Subitamente chega a terrível noticia (para um gaúcho macho, uma tremenda barbaridade): seu filho é gay. E para complicar ainda mais, irrompe pela platéia uma sexóloga travando-se uma batalha verbal. Está travada a guerra dos sexos.
Felizmente, a briga das bombachas com os “bons bichas” já acabou. Diante dessa constatação, o negócio é conquistar a sexóloga. Então ela tira a mascara e o riso acaba sendo a melhor terapia.

Sobre Claudio Cunha
Nasceu em São Paulo em 29 de julho de 1946. Após concluir dois cursos de teatro - um com Eugênio Kusnet, introdutor do método Stanislavski no Brasil e outro na FAAP - foi trabalhar na extinta TV Excelsior (SP). Seus primeiros passos como ator, foram dados na novela "Sangue do Meu Sangue", de Vicente Sesso, dirigida por Sérgio Brito. Estreou no teatro com a peça "A Irmandade dos Maridos Puros" (1969), a convite de Atila Iorio, no Teatro das Nações (SP). Fez "Hair", sob a direção de Ademar Guerra e em seguida a novela "Meu Pedacinho de Chão", de Benedito Ruy Barbosa, dirigida pôr Dionisio Azevedo, produzida pela TV Cultura (SP). Estreou no cinema como ator, no filme "As Mulheres Amam pôr Conveniência", de Roberto Mauro e produziu o filme "O Poderoso Machão" (1970), roteiro escrito em parceria com o novelista Silvio de Abreu, com direção de Roberto Mauro. Sua estréia na direção foi com o filme "O Clube das Infiéis" (l972), roteirizado por Marcos Rey. Convidado pelo autor Benedito Ruy Barbosa, associado ao ex-governador Laudo Natel, dirigiu "O Dia Em Que O Santo Pecou" (l973). Depois vieram: "Vítimas do Prazer - SNUFF" (l974 – 4 milhões de espectadores), escrito em parceria com Carlos Reichenbach; "Amada Amante" (1976 – 5 milhões de espectadores) e "Sábado Alucinante” (1978), ambos roteirizados por Benedito Ruy Barbosa; "O Gosto do Pecado" (1979), escrito em parceria com Inácio Araújo e "Profissão Mulher" (1982), adaptado do livro Animal dos Motéis, de Márcia Denser e "OH! Rebuceteio" (1983), escrito em parceria com Mário Vaz Filho. Voltou às suas origens de ator com a peça “O Analista de Bagé”, baseado no "best-seller" de Luís Fernando Veríssimo. Foi parar no Guinness Book, com 2 recordes: a peça há mais tempo em cartaz e o ator há mais tempo permanente num personagem. Para o teatro produziu "Ricardão SOS" - escrito em parceria com Marcelo Madureira (Casseta & Planeta)” . Com Gugu Olimecha, escreveu e produziu: "A Cama Cor de Rosa", "O Brasil de Cuecas", "Eu Te Amo Mensalmente " “Atrás do Susexo”,
“Um Avião na Minha Cama” e “É Tudo Piada”, acumulando as funções de diretor e ator. Na televisão, teve um quadro fixo no programa “A Praça é Nossa”, formando dupla com Edna Velho e Paola Rodrigues, “Benzão e Nenezona”. Na TV Globo, participou da mini-serie "Araponga", vivendo o personagem "Coruja". Protagonizou o caso intitulado o “Sedutor”, no programa Linha Direta, além de participações no programa “Zorra Total” (TV Globo).
Depois de vários sucessos no Cinema Brasileiro, o cineasta paulistano Cláudio Cunha voltou as suas origens de ator, na pele do Analista de Bagé. Aos poucos o personagem foi criando vida própria distanciando-se do original. Cunha usa a caracterização do machão gaúcho para dar vazão ao exercício de palco desenvolvido em anos de estrada, fazendo as pessoas rir. “Visto-me de gaúcho para ganhar a vida. E isso me dá um grande prazer”. Fã da cultura gaúcha, ele acaba de escrever um livro de anedotas “As Melhores Piadas de Bagé”, editado pela Matrix, em fase de lançamento. “É pra rachar o bico!” Quanto ao cinema, pretende voltar muito breve, para isso esta trabalhando na adaptação do livro “Bom Crioulo”, romance naturalista de Adolfo Caminha. E conclui: “Meia idade é essa fase da vida em que o trabalho dá mais prazer e o prazer mais trabalho”.

Sobre os atores Fausto Saez e Adriani Richter
Fausto Saez é ator e modelo. Adriani Richter é Miss Poços de Caldas. Ambos estão estreando no teatro profissional pelas mãos de Claudio Cunha que já lançou grandes nomes no cenário artístico nacional.

Ficha técnica
Texto e Direção: Claudio Cunha
Elenco: Claudio Cunha, Fausto Saez e Adriani Richter

Serviço
O Analista de Bagé e o Filho Gay
Gênero – comédia
Local – Espaço Cultural Santo Agostinho - Rua Apeninos, 118 – Liberdade (estação Vergueiro do Metrô) - SP – Fone 3209-4858.
Estréia dia 11 de abril - temporada até 30 de junho de 2008
Sextas às 21h30 / sábados às 21h / domingos às 20h
Ingressos: 30,00 (15,00 - para estudantes, aposentados, maiores de 60 anos, professores da rede pública e classe artística).
Bilheteria - de quarta a domingo das 15h às 20h. / Informações (11) 9401-2180 (Adriano) ou 8324-1628 (Kátia) / Aceita cheque, dinheiro e cartões de débito / Recomendado a partir de 14 anos / Duração 95 minutos / Lotação – 718 lugares / ar condicionado / Acesso para portadores de necessidades especiais / Estacionamento 6,00.

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